"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

sexta-feira, 31 de março de 2017

QUE PAR DE JARRAS!!!


O presidente Oliveira "embalado" pelo chorrilho de dislates proferidos pelo seu Secretário (que, como é habitual, ostenta sempre aquele ar cansado como se tivesse tido uma série de noites mal dormidas) passou uma imagem deprimente (ver vídeo) e nada consentânea com o cargo que ocupa, pois, secundou o seu parceiro de vídeo proferindo uma sucessão de futilidades despropositadas face à importância do evento.

O Sr. Cansado entre outras alarvices disse: "já somos capital mundial da cortiça e vamos ser a capital mundial do Balonismo" isto perante o sorriso parolo do edil de Coruche.

CROMOS!!!




PS: Já me esquecia, eles também já reivindicaram que Coruche é Capital Mundial do BTT.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Estado recebe zero euros pelo Novo Banco

Lone Star avança com mil milhões para recapitalização e paga a fatia do Estado, que mantém 25%. Para já negócio rende zero (ver mais)



Nem tudo o que reluz...

As candidaturas de cidadãos eleitores indevidamente traficadas sob a designação de listas de "independentes" regressaram à agenda parlamentar, a pedido de alguns interessados e com a solícita disponibilidade de uns outros não menos interessados, rodeadas dos habituais equívocos e preconceitos. Esta forma de participação que a lei prevê e a Constituição consagra seria, na concepção de uns, mais do que isso. Lendo o que para aí se escreve, estas candidaturas seriam, em si mesmas, um poço de virtudes em contraste com as malévolas intenções de candidaturas partidárias. Aí estão, pois, de regresso as referências ao arejamento das estruturas partidárias que a coisa permitiria, as virtudes de participação genuína à margem dos interesses partidários, o campo aberto à participação dos "homens bons" da cidade. Por razões de recato dispensa-se, aqui, o desfiar da dúzia de nomes mais sonoros que seriam a expressão do tal novelo de bondosos e altruístas cidadãos que têm dado corpo a candidaturas desta natureza.

Sejamos claros quanto à natureza destas listas. De cidadãos, com certeza. De eleitores, necessária e indispensavelmente. Exigências de rigor e respeito pela verdade recomendam que se fique por estes limites. Mais do que isso é do domínio do abuso. Identificá-las como de "independentes" só por distracção. Visite-se o passado, olhe-se em redor para o que já se desenha e conclua-se o óbvio. Com as devidas e respeitadas excepções que possam existir, o que o rasto destas candidaturas revela é o seu uso para dar expressão a coligações disfarçadas, abrigo para candidatos partidários desavindos com o seu partido, veículo para projectos de poder económico ou montra de ambições pessoais. A sementeira é farta: putativos independentes que dão rosto a coligações disfarçadas, como no Porto; candidatos que já tendo assumido a sua condição partidária se apresentaram como "independentes" nas últimas eleições, e agora se reclamam dessa condição com o apoio do partido de que supostamente se afastaram como se prepara em Sintra; vice-presidentes de câmaras municipais pelo partido a que pertenciam transformados em candidatura independente no mandato seguinte e agora regressados como candidato desse mesmo partido, como em Grândola; líderes de juventudes partidárias locais dando rosto a alegadas listas de "independentes" como numa freguesia do Funchal. Confuso? Só para quem teime em não querer ver. Ainda que para alguns seja a democracia representativa na sua fase fascinante de alquimia política capaz de fazer reluzir o metal mais ferrugento.

Albardar o burro à vontade do dono, não sendo a mais elegante das expressões, é a que melhor ilustra as alterações aprovadas, à pressa, à lei eleitoral. Tudo em nome de pretensas desigualdades a que estas candidaturas estariam sujeitas. Curiosa esta atitude, na fronteira do comportamento bipolar, dos que abominando os partidos ambicionam para si o que, por razões legais, está estipulado para os partidos. Ignorando que não se pode tratar de forma igual o que é desigual. Omitindo que os partidos estão sujeitos a requisitos e permanente escrutínio constitucionais. A pretexto de procedimentos diferenciados, o que se pretende, nos limites da constitucionalidade ou para lá deles, é estabelecer um regime privilegiado para este tipo de candidaturas. As disposições agora aprovadas abrem ilegítima e discricionariamente a porta ao que aos partidos está vedado. A ausência de limites em matéria de siglas e símbolos poderia conduzir a que constem na sua composição quer nomes de candidatos quer designações de concelhos e freguesias. No limite, e à falta de clareza, a inserção em boletim de voto no espaço dedicado ao símbolo por uma imagem do candidato arrisca-se a ter de ser impedida, por acórdão constitucional. A estas listas será permitido o que às candidaturas de partidos ou coligações está vedado: substituir livremente até um terço dos candidatos. Por algum, ainda que pequeno, sentido de medida o regabofe não terá ido mais longe. Há quem não se tenha coibido de propor que a instrução do processo eleitoral se cingisse à identificação de um único candidato. Um regime tipo tômbola de feira: compra-se a rifa e logo se vê o cromo que nos sai. O caciquismo levado ao extremo, revelador da concepção de democracia representativa que povoa algumas mentes. A transparência em reluzente exuberância.

Ao arrepio dos que no imediatismo apostam tudo no que está a dar, perdurará entre os mais avisados a prevenção para um caminho perigoso que alguns por inocência, oportunismo, premeditação ou interesses não confessados pretendem trilhar. Haverá quem pela gestão do imediato, por apetite eleitoral ou por cálculo de ganhos de circunstância considere que rende surfar o discurso contra os partidos e os políticos em abstracto. Não venham é depois queixar-se. Bem podem carpir contra o populismo quando lhe dão espaço e fôlego.

terça-feira, 28 de março de 2017

O Mamarracho

“O Mamarracho” já em 2013 serviu para bandeira eleitoral dos Socialistas, passados  quatro anos, a única intervenção que teve para além da pintura das "Corujas" foi o investimento da autarquia em mais de 300.000,00€ para pagamento da hipoteca (para a aquisição do dito) de resto, mantém-se como bonito exemplo da marca socialista que à 17 anos nos "governa".

Coruche Magazine nº53 (Julho e Agosto)

domingo, 26 de março de 2017

Zangam-se as comadres…

Em entrevista ao Público, publicada na segunda-feira da semana passada, a líder do CDS-PP e tristemente célebre ex-ministra da Agricultura do governo PSD/CDS-PP admitiu que o «assunto BES» nunca foi discutido «em profundidade em Conselho de Ministros». E até terá recordado que estava de férias quando foi aprovado o decreto-lei da resolução do BES pelo que nem conhecia os dossiers.

Ou seja, a mesma que tempos antes tinha elogiado Paulo Núncio pela elevação de carácter nas trocas e baldrocas em que foi pródigo sobre as vistas grossas do governo (PSD/CDS) relativamente aos dez mil milhões de euros de evasão fiscal, entre 2011 e 2014, vinha assim a público alijar responsabilidades (suas e do seu Partido) no escandaloso caso dos offshores atribuindo-as inteirinhas ao ex-primeiro ministro de então.

Ora, sentindo-se atingido pelo acto traiçoeiro da ex-parceira de coligação, o líder do PSD terá afirmado, segundo a Lusa, que o seu governo não discutiu em Conselho de Ministros casos do sistema bancário «em concreto», porque essa era função do supervisor, mas garantiu que houve «atenção particular» às matérias do sistema financeiro.

E jurou a pés juntos que «no que respeita ao Conselho de Ministros, nunca mas nunca nenhum ministro deixou de exprimir as opiniões que entendesse relevantes ou suscitar as matérias que pudesse achar da maior relevância, nunca nenhum ministro poderá dizer que não discutiu aquilo que achasse relevante discutir».

Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades é o aforismo popular para este tipo de atitudes.

A mesma sabedoria que também afirma que a mentira só dura enquanto a verdade não chega. E a verdade é que o PSD e o CDS são responsáveis por este escândalo. E sucessivos governos da política de direita pela existência de offshores e pela gigantesca evasão e fraude fiscal permitida ao longo de anos e anos ao grande capital.

Jornalista da CNN diz que a cadeia recebe pagamento por publicar notícias falsas


A jornalista Amber Lyon demitiu-se da CNN depois da sua reportagem ‘Revolution’, onde mostrava as atrocidades do regime de Bahrein, não ser retransmitida na CNN Internacional devido a pressões do Governo daquele país.

Lyon crê que países como o Bahrein e outros pagam milhões de dólares para mostrar um conteúdo que é supostamente objectivo. Isto é algo que ocorre regularmente: infomerciais para ditadores. Mas também para promover as novas movimentações naa estratégia geopolítica dos EUA, denuncia Lyon.

sexta-feira, 24 de março de 2017

ENTRE_SONS (108)

Violeta Parra - "Gracias a la vida"

quarta-feira, 22 de março de 2017

Copos e Mulheres, ... PATIFES!!!

DEPOIS DE :

«Não podemos continuar a viver acima das nossas possibilidades» BY Cavaco Silva/05.2011

«Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto» BY Alexandre Mestre, secretário de Estado do anterior governo/10.2011

«Não devemos ser piegas», BY Passos Coelho/02.2012

«as pessoas estão pior, mas o País está muito melhor» BY Luís Montenegro/02.2014

SURGE AGORA:

presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem/03.2017

“Não posso gastar o meu dinheiro todo em bebida e mulheres e depois disso ir pedir (...) ajuda”.


Eleições presidenciais em Timor-Leste



Francisco Guterres Lu-Olo foi apoiado pelos maiores partidos timorenses, Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) e CNRT (Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste).

Quando estão contados 90,09% dos votos, segundo o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Lu-Olo lidera a contagem, com 262 147 votos ou 57,42% do total, à frente do segundo classificado, António da Conceição, que tem 147 436 votos ou 32,29% do total.

Para vencer, qualquer candidato teria que obter 50% dos votos válidos mais um, ou 261 289, valor já ultrapassado por Lu-Olo.

domingo, 19 de março de 2017

Um drama hipnotizante e um documentário assustador sobre um país martelado pela TROIKA

SÃO JORGE



«Uma ficção que documenta a situação que Portugal viveu em anos recentes, que ainda vive e viverá enquanto estiver submetido aos imperativos tecnoburocráticos da União Europeia, à submissão ao euro, às políticas económicas que impõem, de forma directa e indirecta com a frieza bárbara do não há alternativa, o domínio dos mercados, à irracionalidade dessa entidade abstracta que escapa a qualquer escrutínio democrático e tem um objectivo único: o lucro que promove a acumulação do capital nos bolsos de uma escassa minoria de ricos. Na actualidade, 1% dos mais ricos detém uma riqueza que supera a de mais de metade da população mundial, sem escândalo de maior.»

sábado, 18 de março de 2017

Sem Comentários !



Rima Khalaf, secretária-executiva da Comissão Económica e Social para a Ásia e o Pacífico da ONU, demitiu-se hoje depois de o secretário-geral lhe pedir que retirasse um relatório em que acusava Israel de cometer "apartheid" contra os palestinianos.

Um relatório que acusava Israel de cometer “apartheid” contra os palestinianos foi publicado sem a autorização do secretariado. No mesmo dia da publicação, António Guterres pediu à responsável, Rima Khalaf, que retirasse o relatório, algo que a jordana recusou fazer. “O secretário-geral pediu-me ontem [quinta-feira] de manhã que retirasse [o relatório].

Pedi-lhe que reconsiderasse a sua decisão, ele insistiu, por isso entreguei a minha demissão da ONU”, explicou Rima Khala em conferência de imprensa.

O relatório foi elaborado pela Comissão Económica e Social para a Ásia e o Pacífico (ESCAP) e incluía 18 países árabes, e constitui a primeira vez em que uma organização da ONU acusa Israel de criar um estado de “apartheid”, como noticia a Lusa.

“Israel estabeleceu um regime de ‘apartheid’ que domina o povo palestiniano como um todo”, lê-se no relatório.


sexta-feira, 17 de março de 2017

O "Coruja do Sorraia"


Oferecido à Câmara, numa cerimónia com pompa e circunstância (como se pode constatar no vídeo) em 25 de ABRIL DE 2013, este barco teve porém vida curta, pois, Há muito tempo que não é avistado a navegar nas águas do Sorraia.

Diz-se pela Vila que "atracou" na Zona Industrial em cima de uns blocos de cimento a apodrecer.

Para nosso regalo visual e dos "turistas" que visitam Coruche, resta a consolação de podermos contemplar as duas CORUJAS que permanecem há longo tempo "pousadas" no mamarracho ali próximo do Museu Municipal.

Coruche Inspira ...

terça-feira, 14 de março de 2017

14 de Março de 1975 - 14 de Março de 2017

Entrevista para o “Jornal de Noticias”

Vasco Gonçalves


Pergunta — Para o povo portuguêspara os portugueses em geral, qual é concretamente o significado da medida de nacionalização da banca?
Resposta — Penso que hoje é um dia histórico para o nosso povo. O 14 de Março fica gravado na história do nosso povo, como uma data que corresponde a um passo muito importante dado na sua libertação, na via do progresso, na via do País dominar os seus próprio recursos. Portanto julgo que hoje é um dia de alegria para todos, menos para aqueles que beneficiavam largamente com o sistema anterior vigente.
Pergunta — O que significa esta nacionalização da banca privada, para o nosso povo?
Resposta —Significa que o dinheiro desse mesmo povo, depositado nos bancos, vai deixar de servir para especulações fraudulentas de uma minoria privilegiada, para operações não em benefício de um grupo minoritário, operações essas feitas sobretudo dentro dos seus próprios interesses; vai passar a servir as verdadeiras necessidades do povo, no desenvolvimento da agricultura, da indústria, do comércio interno e externo. O Estado fica com possibilidades de orientar a política de crédito concretamente. Fica com a possibilidade de aumentar o crédito para aqueles sectores onde ele é mais necessário, para o desenvolvimento global do nosso País.
Quanto aos depósitos, a população, a pequena burguesia, os quadros, que estejam alerta contra as manobras da reacção. Mais uma vez chamo a atenção para isso. Que estejam alerta, pois que a reacção agita agora um novo papão que é o de que o Estado fica com os depósitos dos depositantes. Isso é uma mentira, para o que é preciso uma vigilância popular constante. E a prática demonstra absolutamente o contrário. O Estado nacionalizou recentemente o Banco Nacional Ultramarino e o Banco de Angola e depois os homens que depositavam o dinheiro nesses bancos, perderam porventura o seu dinheiro? De maneira nenhuma. Já alguém teve dificuldades em levantar o seu dinheiro nesses bancos que foram nacionalizados? Queria acrescentar ainda, como o caso mais flagrante, o caso do BIP — Banco Intercontinental Português. O Estado, na eminência daquela instituição bancária ir falir de uma maneira fraudulenta, escandalosa e criminosa, tomou conta do BIP. Pois bem: o Estado já lá meteu, depois de ter tomado conta do banco, um milhão e oitocentos mil contos, para defender os depósitos dos depositantes. Para garantir o cumprimento do pagamento do levantamento dos depósitos do BIP, o Estado já lá investiu aquele dinheiro.
Penso que hoje os depositantes têm muito mais garantia, porque não só vão tirar o juro dos seus depósitos, como têm a consciência de que o dinheiro que lá depositaram vai contribuir para desenvolver Portugal, no sentido progressista, no sentido global de todos os portugueses e não de minorias privilegiadas. É, por isso, que digo que hoje deve ser um dia de alegria, mas também de vigilância, de desmascaramento imediato e claro de todos aqueles que procuram agitar mais uma bandeira, mais um papão, contra a nossa revolução. Agora, nacionalizámos a banca, uma velha aspiração do povo português, pois bem; mas logo aparecem estes criminosos boateiros que devem ser identificados e desmascarados imediatamente, esses criminosos boateiros que vêm dizer que a gente vai prejudicar o nosso povo, vamos tomar conta dos bancos e não se sabe para onde vai o dinheiro dos depositantes. O dinheiro dos depositantes é dos depositantes. O Governo Português e o Movimento das Forças Armadas têm honrado todos os compromissos, mesmo à custa de situações difíceis para as nossas finanças. Tem cumprido aquilo que os bancos não cumpriram. Se nós deixássemos falir o BIP, os depositantes desse banco tinham perdido milhões de contos lá enterrados.
Mas este dia (que foi um grande dia para Portugal), não significa que de um dia para o outro a vida dos portugueses vá mudar. Não se transformam sistemas políticos, económicos e sociais, com varinhas mágicas ou de condão. De maneira nenhuma. Um futuro duro temos à nossa frente. Vamos ter de o enfrentar. Vamos ter novas dificuldades porque aqueles que não estão interessados na nacionalização da banca portuguesa vão mover-nos novos ataques a todos os níveis, externo e interno. O povo português tem de se preparar para uma vida dura, para uma vida de sacrifícios, mas são sacrifícios feitos em seu próprio benefício. Espero que este exemplo da nacionalização da banca mostre bem que o Movimento das Forças Armadas deseja concretizar — firmemente concretizar — os passos do seu programa. A nacionalização da banca é o seu primeiro passo firme e irreversível daquela alínea que diz: uma política anti-monopolista ao serviço das classes mais desfavorecidas do País.
Mas não é fácil aplicar esta política. Ela é difícil, não só no ponto de vista técnico — vai-nos trazer muitos problemas agora — como também no ponto de vista político e no ponto de vista social. A reacção procurará atacar-nos mais nesta frente e nós teremos que nos defender. Por isso eu digo que duros dias tem o povo português a viver. Mas é preciso passar por esses duros dias, por esses sacrifícios para que se possa construir um futuro auspicioso para os seus filhos, para as suas famílias, para os seus vindouros. Nada se faz sem sacrifícios. Todos os grandes projectos históricos foram feitos com sacrifícios das gerações que neles se empenharam e nós temos que nos empenhar neste nosso processo histórico.
Pergunta — Parece que uma das tarefas, muito importante, neste momento, é exactamente desfazer os boatos. Isto é, atacar a reacção que quer diminuir a importância dessa nacionalização. Com esta nacionalização, que importância o Estado vai já poder dispor, através da contribuição de todos os portugueses para maiores obras, para tudo o que for necessário?
Resposta — É claro que eu não tenho na cabeça o volume dos depósitos nos bancos. Mas a nacionalização significa primeiramente isto: que os depósitos dos portugueses vão ser postos ao serviço da economia portuguesa. Vão ser canalizados para a indústria, para a agricultura, para o comércio, para as pequenas e médias empresas e mesmo porventura para grandes empresas, porque uma economia necessita de empresas a diversos escalões. Simplesmente, passa o Estado a saber para onde esse crédito é canalizado. Esse crédito não vai ser canalizado para emprestar aos amigos, para emprestar por simpatias, ou para despesas supérfluas, ou para despesas de luxo, para comprar mais automóveis, para compras a prestações absolutamente inúteis. Esse crédito vai ser canalizado, sobretudo, para investimento reprodutivo, para o combate ao desemprego, para a manutenção das empresas em dificuldades e das quais possam resultar problemas de desemprego.
Pergunta —Isto significa, muito concretamente, que a banca privada não estava a corresponder ao esforço que o Pais exigia neste momento?
Resposta — Evidentemente que a banca privada não estava a corresponder a este esforço. A banca até estava interessada em que a revolução de 25 de Abril fosse esmagada.
Pergunta — Isto foi exactamente a forma melhor e mais concreta de se poder eliminar todo esse boicote económico que prejudicava as pequenas e médias empresas, como os cortes de crédito, etc.?
Resposta — Isto é um primeiro passo para dominarmos a nossa economia. Se não dispusermos do domínio do crédito, não dominamos uma economia. Mas isto não significa que nós vamos nacionalizar toda a economia portuguesa. Que vamos acabar com a iniciativa privada. De maneira nenhuma. O que a iniciativa privada agora tem é a garantia de que se de facto for posta ao serviço dos interesses do povo português, dos interesses globais das suas economias, essa iniciativa privada tem agora a garantia de que será apoiada de uma maneira que não o era anteriormente porque nessa altura entravam factores muito subjectivos, factores de interesses particulares, factores dos interesses dos grandes grupos, etc., em toda a distribuição do crédito. Hoje, com uma política honesta e justa, de distribuição do crédito, será canalizada para a iniciativa que de facto corresponda a benefícios para a nossa Pátria, a benefícios para o nosso povo. É claro que esses benefícios não são observados logo no dia seguinte, imediatamente. A gente quando investe — até há ditados portugueses sobre isto — está a trabalhar para o futuro, não vê imediatamente os resultados. Uma pessoa, quando está a investir, está, por exemplo, a construir uma fábrica, está a empregar gente para construir a fábrica, mas essa fábrica ainda não está a produzir os seus produtos, ainda não está a deitar para os mercados aquilo que virá a deitar daí a dois ou três anos, enfim, segundo o tempo que ela leve a construir, que os equipamentos levem a ser colocados em condições normais de laboração. Por isso, é preciso ver isto bem. A nacionalização da banca não é uma varinha de condão que toque a todos os portugueses imediatamente, melhor nível de vida. Não. Ela é o sinal do início que nós queremos que a economia do País seja posta ao serviço do povo português.
E, portanto, a médio e a longo prazo, vamos tirar benefícios, mesmo até a prazos imediatos. Mas não vamos ficar com o País completamente transformado só com esta acção. Há uma série de acções que são depois o corolário desta acção de nacionalização da banca. O que é preciso é ter firmeza suficiente, convicção, amor à Pátria, capazes de suportar os sacrifícios que uma decisão destas implica. Porque esses sacrifícios são postos ao serviço do futuro desta mesma Pátria. São postos ao serviço de uma melhor vida para os portugueses. Melhor vida que não lhe podemos dar amanhã, mas lha daremos no mais curto período a que isso puder conduzir. E isso depende, sobretudo, do trabalho dos portugueses, da compreensão do que significa esta medida. Esta medida significa que agora, nos bancos, o dinheiro é controlado pelo Estado Português, é controlado por um Estado Democrático. É controlado por um Governo Democrático e, portanto, este dinheiro vai ser posto ao serviço de Portugal e não ao serviço de uma minoria de privilegiados. E os frutos do dinheiro estar ao serviço do povo, do País, hão-de ser colhidos. Mas para isso é preciso que o povo compreenda bem que não é com varinhas mágicas ou de condão, que essas coisas são resolvidas, e o povo tem compreendido isso.
Este nosso povo é o mesmo povo que o Fernão Lopes escrevia nas suas crónicas em 1383 e 1385. Um povo que se batia pela independência nacional, um povo que sai imediatamente para a rua quando sente que a revolução está em perigo; um povo que se une às Forças Armadas, para defender as conquistas no combate à reacção. Que se sacrifica, que se dispõe a morrer por essa luta, pela luta do futuro da sua Pátria. Ora esta medida da nacionalização das empresas está absolutamente integrada nesse futuro que desejamos radioso na nossa Pátria.
É uma das lutas que o povo terá hoje de fazer, é a de desmascarar imediatamente todos esses caluniadores e boateiros que pretendem, agora, que criámos qualquer situação que vai prejudicar os legítimos detentores dos depósitos dos bancos. Não, de maneira nenhuma. É que, enquanto antes, uma pessoa depositava o dinheiro, ele era utilizado de harmonia com os interesses de meia dúzia de privilegiados, hoje a pessoa depositando o dinheiro vai ser utilizado de harmonia com os interesses da nossa Pátria.
Os portugueses contribuirão, assim, efectivamente, pela sua poupança, no investimento que há-de trazer uma vida melhor no ponto de vista económico, cultural e social, à nossa Pátria.
Pergunta — Que repercussões internacionais haverá com a nacionalização da banca?
Resposta — Eu não sou adivinho. Tenho passado aqui o dia a trabalhar, não li ainda nada da imprensa internacional, mas evidentemente que ela terá de ter boas referências, como terá más referências. Há gente que está interessada em que a revolução portuguesa caminhe num certo sentido e há outra que está interessada em que caminhe no sentido contrário. Isso influencia as opiniões, os pareceres, as ideias que vão surgir na imprensa internacional sobre as medidas agora tomadas. Aliás, devo dizer que a própria França, no pós-guerra, em situação de certo modo parecida com a nossa, teve, também, que nacionalizar a sua banca, se quis dominar o crédito, se quis dominar a reconstrução.

domingo, 12 de março de 2017

8 de Março Dia Internacional da Mulher - em Coruche - ou o inicio da Campanha eleitoral!

"Pela presente, se concede dispensa de serviço a todas as funcionárias que confirmem presença na atividade promovida em parceria com os CSPCMC, no próximo dia 8 de Março, a partir das 12.30 horas, no âmbito das comemorações do dia Internacional da Mulher.

O transporte será assegurado pela autarquia a partir das instalações municipais da Zona Industrial.

Para os serviços em que a dispensa de serviço não possa ser gozada no dia 8, a mesma será gozada no dia 6 de Abril, nos mesmos termos.

Divulgue-se aos senhores vereadores, diretor de departamento, chefes de divisão, coordenadores técnicos, encarregados operacionais, responsáveis de serviço e a todas as funcionárias.

Paços do Concelho, 24 de Fevereiro de 2017"

Esta transcrição da ordem de serviço emitida pelo Presidente, Francisco Oliveira, não é suficientemente clara, se não for complementada com toda a informação do que efectivamente estava em causa, a saber;

As trabalhadoras só teriam direito à dispensa de serviço (tarde do dia 8 de Março) na condição de participarem no almoço que se realizou num restaurante da Vila, ou seja a dispensa de serviço não teve nada que ver com o assinalar do dia Internacional da Mulher, pois se assim fosse, mesmo as que não quisessem participar no almoço teriam direito à dispensa, o que não foi o caso.

Moral da história, ou vais ao almoço ouvir a "arenga" do presidente ou não tens direito à dispensa de serviço.

Que estranho conceito de liberdade!!!

sábado, 11 de março de 2017

«Pela paz, pelo pão, as mulheres cá estão»


Hoje milhares de mulheres manifestaram-se do Rossio à Ribeira das Naus, entre palavras de ordem, faixas e pancartas. Gritaram-se frases como «Só se avança de verdade com direitos e igualdade», «Violência não , dignidade sim!», ou «Pela paz, pelo pão, as mulheres cá estão». Nesta manifestação, ainda inserida nas comemorações do Dia Internacional da Mulher, também participaram homens, porque a luta pelos direitos das mulheres «é uma luta de todos». (Ler mais)

quinta-feira, 9 de março de 2017

A FRAUDE


A "FRAUDE" era o nome de uma série Dinamarquesa (de excelente qualidade registe-se) que passou recentemente no "Canal 2" da RTP, tratava matérias hoje muito actuais que acontecem um pouco por todo o mundo capitalista, no caso relatava as práticas fraudulentas dos banqueiros dinamarqueses.

Fraudes, também acontecem no nosso País, como todos sabemos, veja-se a "operação Marquês" ou as "transferências para os "paraísos fiscais".


FRAUDES, há para todos os gostos, "estupidamente grandes" como nos casos acima citados, "médias" como a dos "sobreiros/Vulgo Jacinto Capelo Rego" ou a dos "submarinos".


Mas também as há "poucochinhas", isto é, quase insignificantes mas com muito significado.


Vem toda esta prosa a propósito do "LOTE 9" que a nossa Câmara vendeu, em "Hasta Pública", por 38.420.00 € (trinta e oito mil quatrocentos e vinte euros) que de acordo com as "actas", esta Hasta pública parece que não teve editais a publicitar a dita, e diz-se também que no dia e na hora aprazada para a licitação só apareceu o Júri da dita e um único munícipe que vá se lá saber porquê teve conhecimento do "evento". 



???

quarta-feira, 8 de março de 2017

8 DE MARÇO DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Em homenagem a todas as mulheres que ao longo dos anos lutaram (em particular aquelas que antes do 25 de Abril sem desfalecimentos e com determinação enfrentaram os agrários e as forças fascistas) para que hoje seja possível viver em liberdade e democracia e reflectir sobre aquele tempo de miséria e opressão, continuando a lutar contra as políticas de direita que hoje nos empurram para situações quase iguais, às que se passavam naquele tempo.
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Aqui fica o relato, na primeira pessoa de um de muitos episódios dessa luta, das mulheres do Couço nos anos 60, que nos é descrito por Maria Rosa Viseu, Operária Agrícola e militante do PCP.
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«Naquele tempo trabalhávamos de sol a sol. Saiamos de casa de noite, entrávamos em casa de noite.
Outras vezes trabalhávamos de empreitada. Chegávamos ao trabalho os manageiros talhavam as empreitadas, quando as acabávamos íamos para casa. O patrão para quem nós trabalhávamos, não deixava o manageiro talhar as empreitadas, era ele que as talhava. Talhava-as muito grandes que nós quase nunca as acabávamos. Era ele que ia sempre despegar-nos do trabalho. Começámos a ver que o patrão nos queria enganar.
Nenhuma de nós tinha relógio. Começamos a guiar-nos pela camioneta da carreira, que passava sempre às 5h da tarde, era branca, toda branca, pensámos que não podíamos trabalhar mais tempo. Uma das mulheres sobe ao cabeço, vê passar a camioneta e diz para as companheiras: - a noiva já lá vai.
Uma delas, mais idosa, pergunta ao manageiro:
- Então não nos despega? Olhe que já são horas!
- Não tenho ordens para as despegar!
- Ah não? Pois então despegamo-“se” a gente.
Ela saltou de dentro do canteiro do arroz para o “combro” (parede de suporte de terreno em socalco) e 70 mulheres fizeram o mesmo e viemos para casa.
No outro dia, ao nascer do sol, lá estava o patrão e nós negociamos com ele. Se não nos viesse despegar a horas, não trabalhávamos mais. O arroz estava cravadinho de erva. O patrão, como precisava da gente, concordou.
Foi sempre assim, tínhamos de lutar por tudo, até para ter a cozinha à sombra. O patrão queria que a cozinha ficasse o mais perto do trabalho, para não perdermos tempo no caminho. Não se importava que comêssemos ao sol ou à sombra.
Sofremos muito!»
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Não podemos esquecer! Foi assim, nestas condições que as nossas mães e avós viveram, trabalharam e lutaram, para que hoje nós tenhamos “outra vida”.
Saibamos ser dignos delas!

terça-feira, 7 de março de 2017

MEDIA PORTUGUESES SILENCIAM PARLAMENTO HOLANDÊS

Os media corporativos portugueses, inclusive os jornais económicos, fizeram um silêncio quase sepulcral sobre a decisão do Parlamento holandês de rejeitar o Euro . A iniciativa de propor o abandono da Eurozona coube ao maior partido da oposição. A proposta de elaborar um relatório a respeito foi aprovada por unanimidade no parlamento holandês.   Este silêncio dos media locais diz muito quanto à qualidade da informação que administram aos portugueses. Eles fazem desinformação tanto por acção (as historietas mentirosas e diversionistas, agora chamadas de fakenews ) como por omissão.


segunda-feira, 6 de março de 2017

sábado, 4 de março de 2017

La Haine com o comandante da Frente 30 das Farc-Ep

O processo de paz na Colômbia negociado em Havana vai-se concretizando. E é nesse terreno que vão ficando mais evidentes os obstáculos e ameaças que enfrenta, nomeadamente o paramilitarismo, a extrema-direita, e o incumprimento por parte do governo colombiano. Toda a vigilância e toda a solidariedade são necessárias.

Ler mais(ODiario.info)

ENTRE_SONS (107)

José Afonso - "Os Eunucos"